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Terceira Idade

Quais as mudanças do sistema digestório dos idosos?

Descubra como o envelhecimento impacta o sistema digestório dos idosos, alterando funções e afetando a nutrição e a saúde geral.

Com o processo de envelhecimento, algumas mudanças ocorrem em diferentes órgãos, tecidos e células do organismo. Conheça mais sobre essas mudanças no sistema digestório dos idosos neste artigo.

Em especial, o sistema digestório é afetado nas estruturas da cavidade oral (boca, língua), esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus.

Essas alterações são comuns e em nada impeditivas para se ter uma vida saudável, apesar dos problemas funcionais da senescência (envelhecimento normal). Aliás, nos dias de hoje é muito comum encontrar idosos ativos e dispostos mesmo após aos 80 anos. O que é ótimo!

De um modo geral, sabe-se que o declínio da capacidade física e psicológica acentua-se a partir de 75 anos, alterando sensivelmente a qualidade de vida, daí a importância de compreender esses fatos quando a idade começa a pesar e saber como lidar de forma natural, buscando soluções práticas para amenizar possíveis desconfortos.

Cavidade Oral

A cavidade oral é uma das portas de entrada ao nosso organismo e pertence ao sistema digestório, funcionando também como uma via de acesso às vias respiratórias. As funções normais da cavidade oral são: paladar, deglutição, mastigação, produção de enzimas e saliva.

São partes do tubo digestivo a boca (língua, dentes), o esôfago, o estômago, duodeno, jejuno, íleo, ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide, reto e ânus.

Língua: Tem a função de moldar e guiar os alimentos, impulsionando-os a prosseguir o processo digestivo. Atua no paladar, fazendo-nos sentir o sabor dos alimentos através de suas papilas gustativas, além de se relacionar à formação de fonemas da fala. O que muda com a idade: Atrofia ou perda de papilas gustativas, tornando-se lisa e plana, diminuindo o paladar e expressando diminuição no prazer de comer; possível característica de língua saburrosa, ocasionada pelo acúmulo de restos alimentares, bactérias e células mortas no dorso da língua.

Glândulas salivares: Tem a função de liberar a saliva que dá início ao processo de digestão dos alimentos, umedecendo-os para facilitar a mastigação e deglutição; a saliva também atua no combate às bactérias presentes na boca, protegendo-a contra infecções, além de fazer a umidificação dos lábios e da língua. O que muda com a idade: Diminuição da produção de saliva (Xerostomia = Boca seca) e concentração de seus constituintes; aumento de sua viscosidade, perda da sensação de textura dos alimentos, secura nos lábios e dificuldade de mastigação e processamento do bolo alimentar.

Dentes: Tem a função mecânica de cortar e triturar os alimentos, processando-os em pequenas porções para facilitar a digestão. O que muda com a idade: Dentes mais frágeis com possível perda e consequente uso de próteses; aparecimento de trincas e desgastes que podem modificar o molde do dente; escurecimento do esmalte e desvios para frente ou para os lados; aparecimento de cárie de raiz, um problema periodontal comum após os 60 anos de idade; possível edentulismo (ausência de dentes), ao contrário do que dizem não tem relação alguma com a idade, mas sim com maus cuidados em relação à boa higiene bucal diária.

Esôfago

O esôfago é um órgão oco, de aproximadamente 25 cm de comprimento e 3 cm de largura que tem a função de transportar os alimentos da boca até o estômago através de contrações musculares próprias (movimentos peristálticos). Ele possui nas suas duas extremidades estruturas musculares que controlam a abertura destes canais. A primeira, o esfíncter esofágico superior, se abre quando o alimento chega à faringe. Já o esfíncter esofágico inferior, quando este se aproxima da transição entre o esôfago e estômago.

O que muda com a idade: Diminuição da pressão do esfíncter, levando a maior incidência de refluxo e hérnia de hiato; redução do movimento peristáltico e relaxamento inconstante do esfíncter esofágico inferior; Engasgo, disfagia, sensação de retenção de alimento na garganta.

Estômago

O estômago é um órgão curvo, em forma de saco, localizado entre o esôfago e o intestino delgado. Ele tem a função de misturar os alimentos com os sucos digestivos, formando uma pasta espessa (quimo) que é direcionada ao intestino delgado, dando continuidade ao processo digestivo. Em sua membrana mucosa são produzidos o ácido clorídrico, enzimas digestivas e muco.

O que muda com a idade: diminuição na produção de ácido clorídrico, o que dificulta o processo de digestão; elevação do tempo de esvaziamento gástrico, especialmente para líquidos; menor resistência da mucosa gástrica a agressões externas; diminuição do fluxo sanguíneo para a mucosa gástrica, aumentando o risco de úlceras; aumento da prevalência da bactéria H. pylori.

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula que faz parte do sistema digestório e endócrino. Ele pâncreas produz o suco pancreático que age no processo digestivo e também é responsável pela produção de hormônios como a insulina, glucagon e somatostatina.

O que muda com a idade: Os níveis de insulina no sangue aumentam, mas a sensibilidade ao hormônio diminui, levando a diabetes tipo 2 e intolerância à glicose; discreta redução na produção de lipase e bicarbonato; diminuição no peso do órgão, com parte de seu tecido substituída por colágeno; propensão à doença biliar e cálculos biliares.

Fígado

O fígado é a maior glândula do corpo humano e exerce inúmeras funções, como uma fábrica de grande porte e com milhões de funcionários. Entre as principais funções destacam-se: defesa imunológica, armazenamento e liberação de glicose, metabolismo de gorduras e proteínas (conversão de amônia em ureia), secreção da bile, síntese de colesterol e de proteínas nobres como a albumina, hepatotoxicidade de drogas e hormônios, destruição das células sanguíneas desgastadas e bactérias, emulsificação da gordura durante o processo de digestão; o fígado age também no armazenamento de vitaminas como A, B12, D, E e K, além de minerais o ferro e o cobre.

O que muda com idade: Alteração da metabolização de drogas e nutrientes, redução do fluxo sanguíneo hepático em torno de 35% levando a redução na excreção de substâncias tóxicas; diminuição do peso e volume com redução da massa celular funcionante; diminuição da velocidade de regeneração, além de redução de síntese e degradação de proteínas; redução da secreção de albumina em até 20% e de colesterol.

Intestino Delgado

O intestino delgado é um tubo que mede de 6 a 8 m de comprimento e tem cerca de 3 cm de diâmetro, formado por três porções diferentes - duodeno, jejuno e íleo. Nesse órgão ocorrem os principais e mais importantes processos digestivos.

Nele, diversas enzimas atuam sobre os carboidratos, proteínas e gorduras para dividi-los em porções tão pequenas até que possam ser absorvidas pelas paredes intestinais e serem distribuídos por todo o organismo através da circulação sanguínea. Além disso no intestino delgado ocorre a absorção de determinadas vitaminas e minerais, além de importante papel no sistema imunológico.

O que muda com a idade: Redução das vilosidades intestinais e possível diminuição na absorção de algumas vitaminas, ferro, cálcio e vitamina D. Por conta disso, há uma predisposição a diarreia e osteopenia e também um pequeno declínio da função imunológica intestinal. Há um possível aumento do tempo de trânsito intestinal, que pode levar a constipação.

Intestino Grosso

O intestino grosso é a porção final do tubo digestivo e mede aproximadamente 1,5 metros. Suas principais funções são absorver a água, sais minerais e aminoácidos e armazenar temporariamente os resíduos da digestão, preparando os dejetos para a sua eliminação.

O que muda com a idade: Diminuição da percepção anorretal e perda do tônus da parede muscular, levando a um peristaltismo lento e maior chance de constipação e frequente uso de laxantes.

Vesícula Biliar

A vesícula biliar tem como função o armazenamento e liberação de sais biliares.

O que muda com a idade: aparecimento de cálculos biliares (colecistite) e aterosclerose, principalmente pela redução na produção de bile, que em menores concentrações dificultam a degradação do colesterol e gorduras.

Reto e Ânus

O reto é uma câmara que começa no fim do intestino grosso, acabando no ânus. Normalmente, o reto está vazio porque as fezes são armazenadas mais acima, no cólon descendente. Quando o cólon descendente se enche, as fezes passam para o reto estimulando a defecação. O ânus é a abertura que existe no fim do trato gastrointestinal, pela qual os dejetos abandonam o organismo. Um anel muscular (esfíncter anal) mantém o ânus fechado.

O que muda com a idade: alterações da musculatura do esfíncter anal, com espessamento e redução da força muscular; propensão à incontinência fecal devido a fatores como déficit cognitivo ou acidente vascular cerebral (AVC); constipação intestinal frequente pode causar hemorroida e fissura anal.

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